Se corto curto ou se deixo crescer.
Se uso salto ou se uso tênis.
Se faço ou deixo de fazer.
Se falo o que sinto, ou se espero você falar.
Se faço do meu jeito ou se deixo rolar.
Se isso foi um “sim ou se foi “não”.
Se o seu “pra sempre” é só até amanhã.
Se saio ou se fico em casa.
Se te beijo ou se te ignoro.
Se pinto ou se corto as unhas.
Se arrumo um emprego ou se termino a faculdade.
Se vou para a cama ou se vou à Roma.
Se enlouqueço ou se me comporto.Não sei se não sei ou se, lá no fundo, eu sei é muito bem, mas não quero encarar.
E vou, devaneando em minhas bolas de cristal, arriscando palpites, fingindo bem. E vou, tecendo meu futuro em eclipses insanas, jogando alto e calculando probabilidades.
É o não-saber que me faz viva, afinal. E continuo não sabendo no que vai dar – pois, quando o souber com tanta certeza, já terei enterrado minhas ilusões.
E iludir, meu bem, é o que a vida faz de melhor.